Ilustração: Kisuki

Tenho marcas de crueldade em mim. Muitas…

Artaud sabia que a crueldade deve ser mostrada. Não se trata de expulsar, mas de deixar vibrar em criação através do corpo, como imanência: Nem distinto, nem faltante

Vez ou outra sou cruel comigo mesma:  Se não me encolho, me expando de forma desesperada

Fugas mudas sem comunicar: levantar, abrir a porta, sumir…

Depois enlouquecer com as memórias de contato. Contatos viram euforia atravessando noites de medo e insegurança

Parar tudo, para viver de novo

Negar o prazer, continuar a “engolir baldes de merda”. Desejo que se reprime. Cumplicidade com a própria impotência de agir

Merecimento. Escrever com carvão, não preciso de tudo que tenho. Junto com o muito vem mais desamparo

Estou nessa merda de ônibus há uma hora. Continuo no mesmo lugar…

Indiferença. Estratégia pra manter ordem.

Artigos enfeiam o poema.

Minha mente é poesia, meu coração é gíria

Não há beleza em precisar de amor

Milka Maria é filha de metalúrgico do Grande ABC, poeta e cientista social. 

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